domingo, 31 de maio de 2009

Pentecostes e o povo do Caminho

Os discípulos e as discípulas do Profeta de Nazaré estavam com medo. Reuniam-se escondidos para conversar e avaliar, mas a incerteza e o medo haviam se instalado, parecia vencer. O Ressuscitado aparece, restabelece a paz e lança sobre eles o Espírito. Uma nova vida acontece, dissipa-se o medo, refloresce a esperança, retomam o caminho. É Pentecostes. Nascem as comunidades cristãs.

O acesso a estas novas comunidades é irrestrito. Todos podem participar. Esta é a novidade. Não há acepção de pessoas. Todos podem escutar e contar notícias boas em suas próprias línguas e culturas. O amor prevalece sobre normas e leis. Tornam-se conhecidos como povos do Caminho.

O termo grego eclésia (igreja), naquela época, que era utilizado para designar a assembléia dos homens livres das cidades, excluíam crianças, mulheres e escravos. As comunidades cristãs apropriam-se e re-significam o termo. Igreja é agora a assembléia dos povos livres, o lugar da liberdade, onde todos podem repartir alegrias e tristezas; compartilhar angústias e esperanças.

Celebrar pentecostes é reavivar a memória libertária da páscoa. Acreditar na convivência harmoniosa dos povos e na perfeição da pluralidade. Preso ao amor e absolutamente livre nos modos de amar.

Alexandre Fonseca

Nenhum comentário:

Postar um comentário