domingo, 7 de junho de 2009

Escrever, escrever, escrever


E quando não tiver assunto para escrever? Escreva! Escreva que o assunto aparece. Se não vir, insista. Não se fala sem ter assunto? Tratar amenidades numa roda de amigos, falar ‘miolo de pote’, muitas vezes, são momentos transcendentais.

Escrever tem a magia de se grudar no papel assuntos dos mais diversos, possíveis e impossíveis, como, por exemplo, escrever sem assunto. Outro dia, lembrei-me agora, vi duas crianças brincarem de bola. Corriam e riam bastante. Certa hora a menor delas virou-se para o parceiro e disse: “estou cansado, vamos brincar de descansar!”. A sabedoria da criança de olhar o mundo na ótica da arte do brincar é fantástica e encarna-se aqui neste momento: brinco de escrever, e quando canso, descanso brincando de escrever.

Escreva. É possível, tudo é possível. Mesmo escrever sem assunto. É como namorar. Tem momentos sem assunto. A plenitude está ali acercada pelo silêncio da presença. Qualquer palavra atrapalha. Nem gesto precisa, basta está li perto, sentindo o amor exalar-se em faceirice.

Então escreva! Escreva que a inspiração vem. Ela tem seus truques e magias; seus modos e segredos; jeitos que nos deixam sem jeito. Tece-se emergindo de mundos inimagináveis que moram ou passeiam no nosso íntimo. Vem e invade sem invadir e, de repente, está escrito um texto.

Alexandre Fonseca

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