terça-feira, 2 de junho de 2009

A essa gente: Gênova, Marilac, Dora, Marcos e Aluísio

Ao som do vinho
e ao gosto de uma boa conversa,
vazou de nós o jeito de Deus
que chega a deixar a gente meio sem jeito
ao lembrar que vez por outra deixamos
deitar em nós aquela teima em desquerê-lo
em escondê-lo
em esquecê-lo.

Escorrega risos na seriedade
dos assuntos que iam e vinham,
que passeavam descontraidamente sem pressa de chegar ou sair.
Nos levava no colo para o que se dizia
por ser enraizado de vida
e de jeito de querer bem.

Cebolas, batatas e cenouras
reservavam pra gente
o conforto da barriga cheia,
o alento num dia duro,
força carinhosa que mantém e empurra a gente no embate da vida

Dá vontade de se ficar tanto tempo ali;
dos relógios rodarem ao contrário;
E só se ter tempo pra rir e ser feliz.
E na gostosura da convivência,
no aconchego caloroso
a ‘responsa’ puxa a gente pelo braço:
Tá na hora da cama!
Tá na hora de levar este sonho aos sonhos
e acordar dispostos a construí-los nos Coelhos, na Fortuna, na Arca, na onde tiver gente!

Alexandre Fonseca
Albergue de Dom Helder Câmara, bairro dos Coelhos, Recife, 10/novembro/1988

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